Creio que a tão propalada preocupação do prefeito e do governador com a mobilidade urbana em Fortaleza, não existe ou se existe, é mínima.
Exemplo disso é o descaso para com o Metrofor, que se estivesse funcionando de fato, ajudaria a reduzir congestionamentos e facilitaria a vida de milhares de cidadãos. Sou um dos milhares de usuários prejudicados pelo descaso para com o funcionamento do equipamento. Usando o metrô, gasto cerca de 25 minutos para chegar ao Centro. Fazendo o percurso de ônibus, gasto em torno de 1h30.
O projeto do metrô de Fortaleza é de 1987 e as obras, previstas para serem concluídas em 2 anos, iniciaram somente em 1999 e ainda não foram conclusas. Com 13 anos de atraso, a Linha Sul do metrô ainda conta com duas estações inconclusas e tem funcionamento precário. A chamada operação assistida, iniciada em junho de 2012, quando o governador Cid Gomes(Pros) inaugurou o metrô junto com a presidente Dilma Roussef(PT). Deveria durar seis meses. Se arrasta por mais de dois anos e sem previsão para terminar.
Em matéria d'O Povo, publicada em 21/06/14, o o titular da Secretaria de Infraestrutura do Ceará (Seinfra), Adail Fontenele fez novas promessas sobre o funcionamento do Metrofor. Conforme a matéria, “O secretário destaca que, em julho e agosto, a Linha Sul, que hoje funciona das 8 horas até o meio-dia, gratuitamente, passará a funcionar das 6 horas às 21 horas. O secretário ressalta ainda que, a Linha Sul deverá funcionar comercialmente em outubro ou novembro.” (grifos meus).
Mais uma vez foi uma promessa vã. O funcionamento do Metrofor continua exatamente o mesmo, ou seja, só funciona de 2ª a 6ª feira, de 8 às 12h. Não há horários determinados e normalmente apenas duas composições circulam. Já cheguei a esperar mais de uma hora, intervalo entre um trem e outro, no sentido Maracanaú – Fortaleza.
Nova matéria n'O Povo, em 28/08/14, afirma que não há previsão para o fim da operação assistida.
No início da manhã, o metrô roda com superlotação. No vídeo acima, feito em 21/08/14, uma mulher com criança de colo é obrigada a sentar no piso do vagão por falta de assentos.
Hoje, 29/08/14, o primeiro trem no sentido Maracanaú – Fortaleza não estava com ar condicionado funcionando, transformando o metrô em uma verdadeira saúna.
Há ainda uma série de outros problemas relacionados ao funcionamento do Metrofor. Exemplos: pelo menos no trecho que percorro diariamente (Estação Aracapé até Estação São Benedito), não há placas de sinalização interna na grande maioria das estações. O metrô conta com sistema de som e letreiros luminosos nos vagões, mas quase nunca estes são utilizados, tendo os usuários que “adivinhar” em qual estação se encontram. Como os trens foram comprados na Itália, as barras horizontais para as pessoas se segurarem durante o trajeto, foram projetadas para europeus, o seja, são muito altas. O cearense, que é de estatura mediana ou baixa, sofre para conseguir apoio. Isto poderia ser resolvido facilmente colocando alças, que até o momento inexistem.
Já reclamei da situação do Metrofor junto ao Ministério Público Federal(MPF), mas parece que o ritmo do órgão é o mesmo do metrô.
A quem apelar?
Este texto também foi publicado no Blog do Eliomar
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