cookieOptions = {msg}; O autoritarismo ianque e a Vendetta do Anonymous ~ Bit Autônomo

24 janeiro, 2012

O autoritarismo ianque e a Vendetta do Anonymous



Adotando o rosto (que é uma máscara) de um personagem real, Guy Fawkes, que virou personagem de história em quadrinhos - V de Vingança, o Coletivo Anonymous está retaliando pesado a iniciativa dos EUA que tiraram do ar sites de compartilhamento de arquivos na internet.
O primeiro desses sites foi o MegaUpload, cujo dono e funcionários foram presos e tiveram bens confiscados sem que houvesse processo legal ou julgamento.
Isso aconteceu no dia seguinte (19/01/12), ao protesto realizado por milhares de sites, portais e blogs contra duas leis norte-americanas, SOPA e PIPA, que limitam de forma arbitrária a liberdade na internet.
Já durante as manifestações do dia 18, que tiraram do ar sites como a Wikipedia em língua inglesa e da Free Software Fundation, deputados, senadores e lobistas dos EUA começaram a recuar da aprovação do projeto. No entanto, demonstrando a arrogância e a truculência costumeiras, o FBI a mando de Barak Obama deu início ao fechamento do MegaUpload. Duas ou três horas após, o Anonymous iniciou ataques que na noite do dia 19, tiraram do ar os sites do FBI (fbi.gov), do Department of Justice (Justice.gov), da Motion Picture Association of America (MPAA.org) e da Universal Music (UniversalMusic.com). Nos dias seguintes vários outros sites foram derrubados, ou tiveram a página inicial trocada por mensagens contra o SOPA e o PIPA por iniciativa de defacers. A retaliação levou o nome de Operação MegaUpload e uma das hashtags mais usadas no twittter nos últimos dias tem sido justamente #OpMegaUpload.
No Brasil, até o momento, foram derrubados ou pichados vários sites. Entre eles o do senador Michel Temer (http://www.micheltemer.com.br), da Caixa Econômica Federal (http://www.caixa.gov.br/), do Banco Itau (http://www.itau.com.br/), do Governo Eletrônico (http://www.e.gov.br), do Portal Brasil (http://Brasil.gov.br) e vários outros, Um dos mais atacados foi o da Secretaria de Segurança de São Paulo (http://www.ssp.sp.gov.br/) que no domingo, 22 de janeiro, e dias posteriores, promoveu o desalojo da comunidade Pinheirinho, de forma violenta. A lista completa pode ser acessada no blog anonops. O grupo protesta também contra uma legislação europeia similar ao SOPA, chamada ACTA.
O Anonymous também disponibilizou toda a discografia da SonyMusic através de torrents e promete trazer de volta o site do MegaUpload, que no momento já está no ar, mais ainda sem arquivos.
Os ataques desfechados usaram DoS ou DDoS ou Ataque de Negação de Serviço. Basicamente inunda-se o servidor web onde o site está hospedado com uma enxurrada de requisições que sobrecarregam o servidor e tiram o site do ar. Isto não causa dano aos arquivos e algumas horas depois o site volta a funcionar. O LOIC foi um dos softwares usado nos ataques. O Anonymous divulgou ainda sites nos quais internautas poderiam participar dos ataques de forma voluntária e sem ter o software instalado em seus micros.

Quem não pode com o pote, não pega na rodilha

Talvez seja exagero falar como alguns fizeram em primeira guerra online ou Word Wide War, mas o conflito desencadeado pelo governo dos EUA parece estar tomando proporções que eles mesmos não dimensionavam, assim como não dimensionaram as ocupações do Iraque e do Afeganistão.
É bom lembrar que há tempos os EUA e seus aliados atacam o WikiLeaks e tem feito de tudo para tirar o site do ar. A retirada do site do MegaUpload e a prisão de seus integrantes representa não só um atentado contra a liberdade de expressão, mas um precedente perigoso. nenhum dos que foram presos é cidadão norte-americano e tiveram bens confiscados sem direito à defesa. Como Disse o Avelar, é “A Polícia a serviço do Copyrigth”. Entre as razões, estão as doações hollywoodianas para as campanhas eleitorais, inclusive do próprio Obama. É bom lembrar também que enquanto o presidente dos EUA fecha o MegaUpload e prende os responsáveis pelo site, mantém aberto co campo de concentração de Guantánamo, totalmente contrário a qualquer tratado de direito internacional e que fere basicamente todos os preceitos apregoados pelos EUA quando falam em liberdade, democracia e respeito às pessoas.
Embora não hajam provas, todos sabem a quem interessava e quem tinha condições para criar o vírus Stuxnet, que danificou as centrífugas do Programa Nuclear Iraniano. Isso equivale no mínimo a uma ação similar a do Anonymous, mas por razões bastante diversas.
Você já se perguntou por que só os governantes dos EUA e as megacorporações podem determinar qual conteúdo da internet e como este deve circular? Já tentaram isso como na época da guerra dos browsers e foram derrotados. Não creio que desta vez seja diferente!
Nos anos 80, em sua “V de Vingança”, Alan Moore e David Looyd mostravam uma sociedade paranoica, alienada e controlada por um estado policialesco e totalitário, para não dizer fascista, baseada na Inglaterra de Margareth Tatcher e talvez nos States de Ronald Reagan. No prefácio da HQ, Moore diz que “...este está virando um lugar frio e hostil”. Definitivamente não queremos uma internet assim.

Este artigo também foi publicado no Portal Comunique-se
Uma nota de rodapé: a forma como a grande imprensa tem tratado essas questões é no mínimo estranha. Um exemplo: a Folha de São Paulo, ao noticiar “, trouxe o seguinte trecho: “O site The Hill entrou em contato com o Departamento de Justiça, mas seu porta-voz não confirmou o ataque." E precisa de porta-voz? Não bastam um computador com browser e conexão? No momento em que a matéria foi veiculada, o site do Departamento de Justiça dos EUA estava offline. Também não foi noticiada a queda da maioria dos sites brasileiros.
Por fim, recomendo uma matéria interessante sobre o Coletivo Anonymous que pode ser encontrada na Revista Fórum.

1 comentários:

Haroldo Barbosa disse...

Fato: eles não são cyberterroristas. Realmente se quisessem, poderiam estar cometendo crimes como desvios de dinheiro, danos aos sites que são derrubados e até mesmo desastres pois aeroportos, sinais de trânsito e até mísseis são controlados por computador e todos eles estão ligados à web...

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